08 janeiro 2016

Papo Reto - Religiosidade O Câncer Da Atualidade


Salve Galera de Cristo..
Paz do Senhor..

Este é nosso primeiro post de 2016, antes de mais nada quero desejar a todos vocês um ano de grandes conquistas e que vocês possam realizar todos os seus sonhos. Muita paz e muita luz a vocês..

Na postagem de hoje eu vou falar sobre um câncer que vêm alojando em muitas igrejas e tem causado a destruição de muitos ministérios.
Antes de qualquer coisa eu quer dizer que respeito todas as denominações e suas ideologias mas também devo dizer que tenho total direito de discordar. Todos nós somos livres para nos expressar. Como um Cristão verdadeiro devo denunciar esse mal que está matando muitas pessoas espiritualmente..

E câncer que vou falar se chama "religiosidade"
Essa é uma antiga questão dentro das igrejas. Os cristãos estão começando a viver rotinas e elas estão relacionadas às atividades dentro das igrejas. Em muitos não existe mais a chama viva, o primeiro amor. E pior ainda existem aqueles que criticam os novos convertidos que estão cheios de unção e alegria por receberam a graça da salvação e expressarem isso com brados de louvor, gritos de vitórias e “aleluias”.
Esse problema, por incrível que pareça, é mais visto em pessoas que já têm um bom tempo de “casa”. Acho que “bom tempo de casa” é uma ótima expressão para ser usada nesses casos, pois essas pessoas nada mais são que freqüentadores das igrejas, ou seja, são simples religiosos que cumprem uma rotina nos finais de semana.

Por espiritualidade não gostaria de pensar no que comumente se entende por isso, um movimento individualizado, verticalizado, onde em “êxtases” ou fora deles obtemos nossa “comunhão com Deus”. Essa espiritualidade é mero substituto da verdadeira espiritualidade que é gerada sim pela intimidade, mas que gera compromisso e não utilitarismo. A intimidade com Deus está sendo substituída por um conceito de “comunhão desprovida de relacionamento profundo”, uma espiritualidade aproveitadora e utilitarista, onde Deus é o “grande provedor”.

O cristianismo e a cristandade cada dia mais estão separados e parece não tão distante o dia em que as palavras do apóstolo João no Apocalipse, em que Jesus, do lado de fora, bate na porta e diz querer ter comunhão com sua igreja, mas esta nem o percebe. Parece que estamos criando um cristianismo onde Cristo não é mais o centro, mas o ser humano e suas necessidades e desejos.

O ser humano moderno, vivendo sobre a égide do hedonismo extrai daí o relativismo, pois transforma todos os seus parâmetros em meras referências religiosas que necessariamente não tem a ver com a vida comum. O senso comum da vida religiosa tem sido modificado alterando o centro dela – a divindade não está mais no centro, no lugar da adoração, mas a necessidade pessoal, individual assume o controle. Os fiéis se transformam em meros clientes, ora satisfeitos, ora não, e assim modificam o status da religião e a coloca como produto a ser consumido – daí, a idolatria toma lugar, onde sou eu o centro da religião e não aquele ser que eu deveria adorar. Qualquer coisa que retire Deus do centro da vida é idolatria. A espiritualidade toma conta até mesmo da vida agnóstica, pois o que vale é ter fé. A fé simplesmente como fim em si mesma – a fé na fé – apegue-se a sua fé, diriam alguns. A sensação da perda de uma religiosidade mais profunda leva o ser humano moderno para o ocultismo e nominalismo; perguntas sem respostas, formalismo religioso, legalismo e várias formas de tradicionalismo religioso levam a incoerência e muitas vezes até a violência, perseguição, desprezo, afastamento e reclusão. A religião tem sido em diversos sentidos uma das formas de opressão do ser humano, onde Deus é substituído por tiranos que se auto intitulam governantes com uma nova visão a ser implantada.

Sabemos que nossa espiritualidade tem sido desencarnada e numa mescla de espiritualismos com legalismos criamos uma ‘máscara’ extrapolamos a fé e criamos novas maneiras de se enxergar expressões cúlticas como se isso fosse o centro de nossa espiritualidade.
Em completa obediência a Deus, Jesus resolve limitar-se como ser humano, criando daí uma necessidade muito forte da presença do Espírito Santo dentro do seu corpo e vida, para que a partir desse Espírito tudo viesse acontecer.
Paulo afirma em Filipenses 2.4-5, que nossas atitudes devem ser as mesmas que Cristo teve; ele diz: “Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus”.


Podemos concluir então que ser espiritual na vida de Cristo raramente tem a ver com o seu lado ‘espiritual’, mas sim com o seu lado humano, verticalizado na obediência, mas horizontalizado na comunhão com o ser humano a quem transfere todo o seu amor e sacrifício e de quem herda toda a dor depositada na cruz, em seu completo esvaziamento até a morte. Era uma espiritualidade realista, onde Deus e Jesus entraram em ‘acordo’ – cada um fazendo sua parte: Deus assentado no seu trono, reinando absoluto, segurando em sua mão toda nossa história, ainda inacabada, pois somente Cristo tema prerrogativa assumida de encerrar esta história. Cristo tem como centro do seu ministério cristão e da sua espiritualidade a obediência a Deus e caminha em direção a cruz para pagar o preço. A nossa missão então, está sustentada perante estas duas realidades e consiste-se em nos relacionarmos com Deus em obediência ao Cordeiro e através dele, sermos intimados pelo Senhor a prestar um serviço diaconal para todos aqueles que se encontram ao nosso redor, numa espiritualidade centrada na Palavra de Cristo, no poder do Espírito e com os pés no chão, sofrendo as dores e sabendo-se responsável pela restauração e reconciliação de muito da criação de Deus com ele mesmo.

Nossa espiritualidade também precisa desembocar na missiologia, porque, senão ela terá um fim em si mesmo e deixará de ser espiritualidade para virar um ritual repetitivo e inútil.



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